Vamos relembrando... Agora é Marx!!

As diversas teorias priorizam determinados aspectos em detrimento de outros. Marx desenvolveu a teoria do materialismo histórico, que teve vários desdobramentos e foi apropriada por outros teóricos. O método de interpretação social, sob o prisma econômico e político, era o dialético. A contribuição de Marx não se limitava tão somente à sociologia. Ele intencionava, através de seus estudos, propor transformações da ordem política, econômica e social em face das mudanças provocadas pelo sistema capitalista.
Alguns autores como: Rouvroy, Saint-Simon, Fourier e Owen foram destacados por Marx. Ele exaltou o pioneirismo e criticou o utopismo dessas propostas. Na interpretação das obras, Marx observou que havia a eliminação de aspectos importantes como o individualismo, a competição e as influências da propriedade privada.
O teórico em questão nos desdobramentos de suas análises desenvolveu conceitos importantes que serão abordados discursivamente mais adiante.
Existe uma base de alienação do homem sob o fruto do seu trabalho. Tal alienação é de fundamentação econômica. A ideia de Estado imparcial, um dos frutos do liberalismo, é dissimulada e na prática esse Estado age em conformidade com os interesses da hegemonia dominante.
Outro fator que corrobora para a alienação do homem está correlacionado a prática da filosofia na sociedade, que se torna uma atividade refletidora do pensamento das classes mais favorecidas e se transforma numa “filosofia do Estado”.
Portanto, neste contexto, o homem encontra-se alienado e separado do processo de usufruir de toda essa materialidade produzida. Uma forma de romper com tudo isso é a de cooptar a força das classes menos favorecidas, a partir de uma ação política consciente e transformadora.
O liberalismo traz, em seu bojo, algumas ideias como a igualdade política e jurídica entre os homens. Segundo Marx tais explicações colocariam os homens numa posição de neutralidade em face das “evidentes” desigualdades da sociedade, oriundas da estratificação provocadas pelas relações de produção no sistema capitalista.
Existe uma relação nítida e antagônica estabelecida entre aqueles que detêm os meios de produção e os que detêm a força de trabalho. Essas diferenças entre classes são complementares e interdependentes, à medida que uma classe social só existe em detrimento da oposição da outra.
A acumulação histórica do capital foi oriunda de vários processos de concentração de riqueza nas mãos de poucos, como o controle econômico e o monopólio praticado pelos Estados Absolutistas. Mais tarde, pelas transformações da sociedade pré-capitalista (produção artesanal) para o capitalismo propriamente dito em que a burguesia fica com a posse dos meios de produção e se acentuam as separações entre tais meios e os trabalhadores.
A mercadoria de venda mais valiosa do trabalhador é a sua própria força de trabalho, pois dela é extraída as condições de subsistência para o trabalhador e sua família. A quantia recebida é distinta para cada trabalhador e gira em torno também do capital investido em formação.
Neste processo de interpretação capitalista, a força do trabalho é vista como mercadoria e o tempo de trabalho utilizado na confecção de determinada mercadoria, deve ser incorporado à mesma. O preço e a valorização dada às mercadorias estão atrelados ao processo de produção podendo ser reduzidos.
A jornada de trabalho está estritamente correlacionada aos interesses do capital no que tange a obtenção do lucro. Obtenção do lucro é o mesmo que a apropriação do valor excedente pago a mercadoria reconhecido como mais valia.
O desenvolvimento de técnicas e a introdução de novos processos tecnológicos na produção reduzem o valor da força de trabalho do operário, favorecendo o processo de mais valia relativa.
Existem diferenças econômicas e sociais no seio dessa sociedade capitalista, assim as duas classes compartilham interesses comuns como: valores, regras de convivência, comportamento, dentre outras.
As dominantes legitimam o poder estatal em beneficio próprio em contrapartida as dominadas se organizam e impulsionam a organização política para a ação. O materialismo histórico, teoria Marxista, está atrelado basicamente às forças produtivas. A primeira está associada à condição de organização para execução de determinadas atividades e a segunda está atrelada as condições materiais para que o processo produtivo se efetive.
Marx consegue, através da teoria histórica, estabelecer traços e conclusões aplicáveis a diferentes sociedades. Em face também do universalismo, o materialismo histórico penetrou em diversos campos políticos, econômicos e sociais.
Ele não se prendeu a um método objetivo, conforme os positivistas, de interpretar a sociedade e sim redimensionar o historicismo de Weber e o conceito de movimento histórico proposto por Hegel.
Os ideais Marxistas foram disseminados mundialmente em face do próprio desenvolvimento do capitalismo internacional e vai muito além do contexto histórico de concepção. É bom lembrar que sociologia não é socialismo, pois o Marxismo foi muitas vezes confundido com o socialismo.

Rosana. 

Referência:

COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1997.

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